As medidas monetárias e fiscais que forneceram suporte às economias no mundo ajudaram a conter riscos de curto prazo, mas algumas vulnerabilidades financeiras se intensificaram como consequência não intencional dessas ações, aponta o Relatório de Estabilidade Financeira Global do Fundo Monetário Internacional (FMI), divulgado ontem.
O documento aponta como principal efeito colateral das injeções maciças de liquidez o alto nível de endividamento, que pode levar a uma crise de solvência.
Segundo o diretor do departamento monetário e de mercado de capitais do fundo, Tobias Adrian, um dos responsáveis pelo estudo, uma piora do ambiente de liquidez impactaria empresas e governos com maior grau de endividamento.
“Uma nova crise de liquidez pode facilmente se transformar em insolvências, especialmente se a recuperação econômica demorar”, aponta.
Conforme Adrian, as “medidas extraordinárias de afrouxamento de políticas monetárias e um suporte fiscal maciço” foram essenciais conter os riscos da crise derivada da pandemia.
O diretor do FMI afirma que os principais bancos centrais expandiram seus balanços em mais de US$ 7,5 trilhões até o momento. Essa atuação das autoridades “estabilizou os mercados financeiros, impulsionou o sentimento do investidor e manteve o fluxo de crédito”.
Fonte: Valor Investe