Para atrair um grupo de executivos do private banking da XP Inc, o BTG Pactual pagou até cinco anos de salários em bônus e criou uma nova sociedade. A XP contra-atacou atropelando o BTG na negociação com uma equipe recém-saída do Credit Suisse (CS) e se comprometendo a investir ao menos uma centena de milhões — isso depois de tirar do Santander um dos chefes da área.
Sem se abater, o BTG deve atrapalhar uma transação do Crédit Agricole: enquanto o banco francês abriu um processo de venda da carteira, o BTG está fechando uma parceria com os principais executivos. Já o Bradesco fez um acordo com o J.P. Morgan e tenta ficar com clientes e equipe de private do banco no Brasil — mas o CS já fechou com alguns nomes do J.P. para recompor seu time.
Os bancos citados não comentam o assunto, mas a movimentação deixa claro que a disputa pelo bolso dos investidores no cenário de juros reais negativos deixou de se limitar ao varejo e chegou às grandes fortunas. No segmento private, o rouba-monte se dá levando os profissionais à frente das carteiras, na expectativa de que os clientes — e o dinheiro — acompanhem.
Fonte: Valor Investe