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BNDES lança segunda edição de programa de fomento para startups nacionais

Quinta, 10 Setembro 2020

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lançou hoje o edital da segunda edição do BNDES Garagem, programa do banco de fomento para o desenvolvimento de startups nacionais. Nesta fase inicial será feita a seleção da aceleradora que dará apoio à iniciativa. Segundo a instituição, a segunda edição terá como o foco a criação e tração de pequenos negócios inovadores que gerem impacto socioambiental. O programa contempla a realização de três ciclos de aceleração, sendo que o primeiro terá como foco prioritário empreendedores que estão desenvolvendo soluções para saúde, educação, sustentabilidade, inovação na gestão pública e cidades sustentáveis.

“O banco ao longo dos últimos 68 anos, principalmente a partir dos últimos 20 anos, concentrou a expressão do seu propósito primordialmente através da linha de financiamento, de empréstimos. Isso é algo muito importante, é fundamental para o empreendedor, é muito importante para a economia, mas a gente está convencido, e a gente está executando isso, que para o BNDES executar sua missão, ele consegue ter muito mais ferramentas além do empréstimo. Ele consegue ter serviço, articulação de parceiros, divulgação de ideias, participação em fundos de venture capital. E o BNDES Garagem se integra totalmente, está dentro dessa estratégia”, disse o presidente do BNDES, Gustavo Montezano.

A segunda edição do BNDES Garagem contará com três ciclos de aceleração. Cada um contará com até 45 participantes e terá duração de três a quatro meses. Ao todo, a segunda edição terá duração de 30 meses, contados a partir da contratação da aceleradora, e selecionará até 135 participantes. O programa, que será gratuito para os participantes, contará com dois módulos, um de tração, voltado a startups de impacto com faturamento inferior a R$ 16 milhões que já possuam um produto ofertado no mercado; e outro de criação, direcionado a pessoas físicas ou startups de impacto com propostas de negócios inovadores buscando apoio para criação ou aprimoramento de um produto mínimo viável.

Durante a permanência no BNDES Garagem, os empreendedores receberão orientações e participarão de atividades que ajudem no desenvolvimento de seus negócios. Ao fim de cada ciclo será realizado um Demo Day, no BNDES, onde os trabalhos desenvolvidos serão apresentados a potenciais investidores e outros públicos de interesse. A contrapartida dos participantes será o desenvolvimento de suas soluções e o BNDES não exigirá participação acionária nos negócios.

“O país tem problema muito importante, que é o problema da PME [pequena e média empresa], como a gente irriga a atividade e como junta isso com o ecossistema empreendedor”, disse o diretor de Participações, Mercado de Capitais e de Crédito Indireto, Bruno Laskowski. “A gente voltou nossos canhões para ajudar, para contribuir, para resolver o problema da PME no Brasil”, acrescentou.

Por conta da pandemia, o primeiro ciclo será semipresencial, com algumas atividades desenvolvidas em espaço a ser fornecido pelo BNDES. A intenção é que os próximos sejam integralmente presenciais, a depender do cenário da pandemia. A seleção dos participantes de cada ciclo levará em conta, além da qualidade dos negócios, critérios de diversidade, como gênero, etnia e localização geográfica e o BNDES oferecerá ajuda de custo de deslocamento e hospedagem para participantes de outras localidades.

As aceleradoras ou consórcios interessados em participar do processo seletivo devem se inscrever até o dia 23 de outubro por meio de envio de proposta conforme o roteiro disponível no site do banco e o resultado final será divulgado em janeiro. A primeira edição do programa teve mais de 5 mil startups inscritas e contou com 79 participantes, sendo que 74 delas concluíram o ciclo. Das 30 startups que participaram do módulo de tração, a maioria teve crescimento de receita. Foram realizadas cerca de 50 conexões com investidores. Com 44 participantes, o módulo de criação resultou na criação de 16 novos CNPJs, sendo que 43% desses já geravam receitas ao final do programa. A taxa geral de recomendação do programa por parte das startups foi de 95%.

 

Fonte: Valor Investe