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PIB tomba 9,7% no 2º trimestre, pior resultado da história

Terça, 01 Setembro 2020

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, o principal indicador do desempenho da economia do país, caiu 9,7% no 2º trimestre do ano em relação aos três primeiros meses do ano. Em relação ao PIB do mesmo período do ano passado, houve um recuo de 11,4%. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (1º) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Ambas as taxas foram as quedas mais intensas da série, iniciada em 1996. Entre os segmentos, a maior queda foi na indústria, com recuo de 12,3%, seguida por serviços, com queda de 9,7%. A agropecuária, por outro lado, apresentou alta de 0,4%.

Segundo o IBGE, em valores correntes, o PIB do no segundo trimestre de 2020 totalizou R$ 1,653 trilhão.

O PIB reflete os efeitos da pandemia da covid-19 sobre a economia, porque embora as medidas de isolamento tenham começado em março (1º trimestre), foi a partir de abril que elas se intensificaram, com empresas e comércios fechados.

No primeiro semestre de 2020, o PIB brasileiro caiu 5,9% em relação a igual período de 2019. Segundo o IBGE, nesta base de comparação, houve desempenho positivo para a Agropecuária (1,6%). Já nos setores da Indústria (-6,5%) e de Serviços (-5,9%) o desempenho foi negativo.

Os resultados vieram abaixo às expectativas do mercado. Os economistas ouvidos pelo Valor Data previam uma queda de 9,2%.

Em 2019, o PIB cresceu 1,1% frente a 2018, após altas de 1,3% em 2018 e 2017, e de retrações de 3,5% em 2015 e 3,3% em 2016. Frente ao 3º trimestre, na série com ajuste sazonal, o PIB teve alta de 0,5% no 4º trimestre de 2019.

Segundo o IBGE, entre as atividades industriais, as piores quedas foram nas indústrias de transformação (-17,5%), na construção (-5,7%), na atividade de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (-4,4%) e nas indústrias extrativas (-1,1%) em relação ao trimestre anterior.

Já no setor de serviços, os resultados negativos foram: outras atividades de serviços (-19,8%), transporte, armazenagem e correio (-19,3%), comércio (-13,0%), administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (-7,6%), informação e comunicação (-3,0%).

Por outro lado, foi registrada alta nas atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (0,8%) e nas atividades imobiliárias (0,5%).

Pelo lado da despesa, a Formação Bruta de Capital Fixo (-15,4%), a despesa de consumo das famílias (-12,5%) e a despesa de consumo do governo (-8,8%) caíram em relação ao trimestre imediatamente anterior.

Já as nas exportações de bens e serviços houve alta de 1,8%, enquanto as importações caíram 13,2% em relação ao primeiro trimestre de 2020.

Taxa de Investimento

Segundo o IBGE, a taxa de investimento no período foi de 15,0% do PIB, abaixo do registrado no mesmo período do ano anterior (15,3%). Já a taxa de poupança foi de 15,5% contra 13,7% no mesmo período de 2019.

 

Fonte: Valor Investe