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Portabilidade de financiamentos imobiliários salta 43 vezes em julho

Quinta, 27 Agosto 2020

A trajetória de cortes nas taxas de juros nos últimos 12 meses, que fez a Selic sair de 6,50% para 2%, provocou um movimento intenso de portabilidade de financiamentos imobiliários. No período, os pedidos de portabilidade de contratos na CrediHome, plataforma digital de crédito para compradores e proprietários de imóveis, subiram 2.355% ante os 12 meses anteriores, para 7.064 pedidos.

Apenas em julho, os pedidos de portabilidade aumentaram 43 vezes em relação ao mesmo mês de 2019, somando 2.294 solicitações. Desse total, cerca de 5% são fechados via plataforma, uma vez que os bancos costumam reduzir suas taxas na tentativa de reter os clientes.

Segundo Bruno Gama, presidente da CrediHome, a expectativa é alcançar cerca de 15 mil pedidos de portabilidade até o final do ano, se mantido o mesmo ritmo.

“No primeiro semestre de 2019, recebemos 210 pedidos de portabilidade de contratos. Apenas nos seis primeiros meses deste ano, os pedidos saltaram para 4.142”, afirma.

A estimativa é de que o estoque de financiamentos fechados quando a taxa era de dois dígitos esteja em torno de 600 mil contratos, podendo alcançar um volume de R$ 1,2 bilhão, levando em conta um tíquete médio de R$ 200 mil, segundo a CrediHome. É nesses financiamentos que a companhia foca para alcançar sua meta.

Diferença no bolso

Um imóvel no valor de R$ 200 mil adquirido em 2016 com financiamento de R$ 160 mil, a uma taxa de 12%, pode ser renegociado com taxa de 7% ao ano hoje.

Com isso, a parcela seria reduzida de R$ 2.026,50 para R$ 1.401,55, uma diferença de R$ 624,95 por mês, pouco mais que o valor do auxílio emergencial.

Financiamentos mais altos, para imóveis de R$ 1 milhão, por exemplo, também apresentam diferenças significativas nas parcelas mensais.

Comparando o mesmo período, de 2016 contra 2020, a parcela mensal pode ser reduzida de R$ 10.032,52 para R$ 6.907,74, para um contrato de financiamento de R$ 800 mil, também com uma taxa de 12% caindo para 7% ao ano.

As taxas mais baixas para financiamento também tornaram a aquisição de imóveis mais acessível a uma parcela maior da população.
Gama explica que, para a compra de um imóvel de R$ 100 mil, com juro de 11,5% ao ano, a renda necessária era de aproximadamente R$ 1.600. Atualmente, para o mesmo imóvel, a uma taxa de 6,5% ao ano, por exemplo, a renda necessária caiu para aproximadamente R$ 1.100.

“É uma diferença de R$ 500 na renda, uma exigência 30% menor”, ressalta o presidente da fintech. “Uma diferença significativa que amplia o acesso ao crédito imobiliário, considerando que o salário mínimo atual é de R$ 1.045. Há uma inclusão enorme nesse segmento”, diz.

 

Fonte: Valor Investe