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Banco Central admite novas reduções de juros 'temporalmente espaçadas', se necessárias

Terça, 11 Agosto 2020

O Comitê de Política Monetária (Copom) discutiu na reunião da semana passada que novas reduções da taxa básica de juros, se necessárias, "poderiam ser temporalmente espaçadas" e exigiriam maior clareza dos cenários para inflação e atividade. Na semana passada, o colegiado diminuiu a Selic de 2,25% para 2% ao ano.

"O Comitê concluiu que eventuais novas reduções na taxa de juros exigiriam cautela e gradualismo adicionais. Para tal, se necessárias, novas reduções de juros demandariam maior clareza sobre a atividade e inflação prospectivas e poderiam ser temporalmente espaçadas", disse na ata divulgada nesta terça-feira.

Na reunião, o colegiado debateu a "importância relativa dos principais componentes do custo de crédito e dos custos operacionais do sistema financeiro".

"Considerando o longo histórico da economia brasileira operando com a taxa básica de juros em nível muito elevado, os juros baixos sem precedentes podem comprometer o desempenho de alguns mercados e setores econômicos, com potencial impacto sobre a intermediação financeira", afirmou.

Segundo o colegiado do Banco Central, testes de estresse mostram o sistema financeiro com "resiliência frente ao risco de crédito decorrente da atual pandemia".

No entanto, "ao analisar o sistema financeiro de forma ampla, considerado as suas diversas indústrias e mercados, produtos e serviços financeiros, o Comitê refletiu que um ambiente com juros baixos sem precedentes pode gerar aumento da volatilidade de preços de ativos e afetar, sem o devido tempo necessário de transição para um novo ambiente, o bom funcionamento e a dinâmica do sistema financeiro e do mercado de capitais".

 

Fonte: Valor Investe