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Crise leva Tesouro a encurtar dívida e oferecer mais prêmio

Terça, 04 Agosto 2020

No momento em que os títulos públicos prefixados de curto prazo são negociados nas mínimas históricas e em que a inclinação da curva de juros se mantém em níveis elevados diante dos riscos fiscais, o Tesouro Nacional tem optado por encurtar o perfil da dívida brasileira. A oferta expressiva de títulos prefixados de prazos mais curtos tem chamado a atenção dos agentes financeiros, ao mesmo tempo em que o prêmio pago pelo Tesouro nos papéis de mais curto prazo chegou até mesmo a quadruplicar em relação aos leilões realizados no início do ano.

Dados da Renascença DTVM mostram que o prêmio pago pelo Tesouro em relação às taxas de juros futuros tem aumentado significativamente. Considerando a taxa da LTN para janeiro de 2024, ofertada desde o início do ano, o prêmio pago pelo Tesouro nas vendas do título foi, em média, de 5,34 pontos-base (0,0534 ponto percentual) de janeiro a abril. No entanto, nos leilões mais recentes, o prêmio subiu para até 20,50 pontos-base. Na média entre maio e julho, o prêmio pago pelo Tesouro em relação às taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) foi de 11,69 pontos-base.

Somente na semana passada, foram ofertadas 28,5 milhões de Letras do Tesouro Nacional (LTN), sendo 20 milhões em papéis com vencimento em abril de 2021. Em relatório enviado a clientes, os analistas de renda fixa do Bradesco BBI notam que o Tesouro leiloou R$ 489,7 bilhões em títulos públicos até agora em 2020 e o que o mês de julho foi o de maior volume (R$ 153 bilhões). “Vale destacar que, no acumulado do ano, o montante de LTNs leiloado em relação ao mesmo período do ano passado subiu 50%, em R$ 280 bilhões”, dizem os analistas do banco de investimentos.

 

Fonte: Valor Investe