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Aquisições de empresas brasileiras por compradores dos EUA caíram 25% em 2020

Sexta, 03 Julho 2020

O número de aquisições de empresas brasileiras por compradores dos Estados Unidos caiu 25% nos cinco primeiros meses de 2020, em comparação com o mesmo período de 2019, segundo um levantamento da plataforma de inteligência de negócios Transactional Track Record (TTR).

No período, o número de transações de private equity (fundos que costumam comprar empresas de capital fechado) diminuiu 13%, e o valor total agregado por esses negócios caiu 87%, mais uma vez na comparação com o ano passado.

Mas especialistas envolvidos em transações relatam um crescimento recente da procura, ao encontro de uma maior confiança na recuperação dos negócios e da economia, passados mais de três meses das medidas mais rigorosas contra a pandemia do novo coronavírus.

Para Carlos Mello, sócio do Lefosse Advogados, o mercado de fusões e aquisições reacenderá no segundo semestre, também graças à recente valorização do dólar frente ao real, que diminui o custo relativo dos ativos para os players internacionais.

Já João Tourinho, CIO da GOW Capital, pondera que o cenário fragilizado também guarda oportunidades nesse segmento –empresas em dificuldades, ele diz, podem significar oportunidades para investidores.

“Agora eles podem investir em empresas que precisam de injeções de capital rapidamente e num contexto em que as avaliações são vantajosas. Não faz sentido comprar quando o mercado é forte, ninguém vai vender com desconto sob tais condições. O tempo da consolidação é agora”, comentou.

Para ele, o acesso à bolsa por parte das empresas brasileiras para se financiarem se mostrou uma alternativa à prova da pandemia. Exemplo disso foi o recente IPO da Estapar, pontuou o também advogado Carlos Mello, do Lefosse Advogados, que participou da assessoria aos bancos na oferta da empresa. Segundo Mello, a recuperação do mercado de ações vem inspirando outras empresas, algumas das quais com operações a serem anunciadas em breve.

Além disso, embora a maioria dos setores tenha sofrido queda nos negócios, com destaque para o imobiliário, com declínio de 20% em relação ao mesmo período de 2019, outros conseguiram crescer. É o caso do segmento de saúde, que viu aumento de 8% no número de transações frente ao ano passado.

 

Fonte: Valor Investe