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Como se posicionar em renda fixa antes do fim do ciclo de corte de juros?

Terça, 09 Junho 2020

Os investidores projetam uma nova redução da taxa básica de juros do país na semana que vem. Se a expectativa se confirmar, será o oitavo corte consecutivo de um ciclo de baixa iniciado em julho do ano passado.

“Esperamos que a Selic chegue a 2,25% ao ano e fique nesse nível”, diz Odilon Costa, analista de renda fixa e crédito privado da EXAME Research. É por isso que o expert recomenda rever agora a tese de investimento antes que o novo patamar de juros seja estabelecido. “É importante se antecipar ao movimento.” No mês passado, a carteira recomendada da casa rendeu 1,51%, o que representa um desempenho de 640% do CDI.

Costa afirma que os juros prefixados de curto prazo já tiveram seus preços revisados e, por isso, não oferecem ganhos adicionais. Já na ponta longa, há oportunidades interessantes de alocação. Para se ter ideia, o prêmio de títulos pós-fixados de longo prazo chega a ser o dobro de um papel de curto prazo. Isso porque a sua composição inclui a percepção de risco do país.

Outra revisão que o especialista indica é alocar parte do portfólio de renda fixa em fundos de crédito privado de high grade (empresas com menos risco de crédito). Em março e abril, esses fundos sofreram com pedidos de resgates – por causa da crise do novo coronavírus -, mas tiveram uma boa recuperação em maio. “Os títulos ainda estão voláteis, mas apresentam taxas bastante atrativas, acima do que seria ideal para o risco de crédito dos emissores.”

Reserva de emergência

A carteira de renda fixa não deve ser confundida com a reserva de emergência – composta por títulos Selic ou por fundos que aplicam nesses papéis. Enquanto a carteira de renda fixa tem como objetivo gerar retorno e acumular renda, a reserva de emergência funciona como um colchão para momentos turbulentos inesperados. Segundo Costa, a reserva deve ser composta por um valor equivalente a algo entre três e seis meses da renda mensal.

 

Fonte: Exame