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Em meio a rali, pessoa física supera institucionais na B3

Sexta, 05 Junho 2020

As pessoas físicas representaram 27,4% da participação da bolsa nos primeiros dois dias de junho, enquanto os investidores institucionais, 25,3%, de acordo com dados da B3. O período coincide com o do mais longo rali da bolsa brasileira desde dezembro de 2019, última vez que o Ibovespa chegou a cinco altas consecutivas.

Foi justamente durante a recuperação dos ativos que a participação dos investidores individuais se intensificou passando de 16,2%, em março, para 19,5% em abril e 23,3% em maio. É uma onda que é tema de reportagem de capa da Exame. Mas os dados desses dois dias de rali revelam que eles aproveitaram o momento de alta para se desfazer de alguns ativos.

Entre segunda e terça-feira, os investidores individuais venderam 15,302 bilhões de reais em ações, enquanto fizeram compras de 14,725 bilhões de reais.

Em meio ao otimismo global com as reaberturas econômicas, os investidores estrangeiros foram os que tiveram o maior saldo comprador, responsável por 42,6% das compras e 40,9% das vendas. Ontem, o Ibovespa subiu 0,89%, apesar do real ter se desvalorizado e as principais bolsas do mundo terem fechado em queda. Desde que tocou o menor patamar do ano, em março, o índice brasileiro já subiu 52,1%. A alta supera até mesmo a recuperação do S&P 500, que subiu 42,11% desde que tocou a mínima do ano.

Renato Mimica, diretor da Exame Research, diz que o risco de novas ondas de contágio tem que ser levado em conta por investidores, mas que a reabertura da economia deve manter o rali no curto prazo.

Mauro Rached, sócio da Integral Group, vê a acelerada valorização dos ativos associada às medidas dos bancos centrais, que reduziram os juros de forma expressiva para tentar estimular a economia. “Isso faz com o que o investidor não tenha alternativas para investir. Se não comprar ações hoje, a sensação é que vai ter que comprar amanhã ou depois” afirmou.

Rached, porém, acredita que há grandes riscos nesse movimento de alta, mesmo que ainda imperceptíveis. “Não descartaria uma realização de lucros mais forte, principalmente quando começarem a sair os balanços do segundo trimestre no Brasil e nos Estados Unidos. Aí pode ter um efeito de cair na real.”

 

Fonte: Exame