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Novo recorde: já são 2,39 milhões de investidores pessoa física na bolsa

Segunda, 11 Maio 2020

O número de investidores pessoa física na bolsa brasileira não para de crescer. Mesmo com o recuo de 31% do Ibovespa no acumulado do ano, os brasileiros têm migrado seus investimentos para a renda variável. Em abril, cerca de 115.000 brasileiros entraram na bolsa e, segundo dados da B3, já são quase 2,39 milhões de CPFs cadastrados – o que representa um novo recorde.

Por trás desse movimento, está a queda da rentabilidade de títulos de renda fixa atrelados à taxa básica de juros do país. A Selic saiu de 14,25% em 2016 para os atuais 3% ao ano, enquanto o Ibovespa percorreu o caminho inverso, saindo dos 60.000 pontos para quase 120.000 em 2020. Com a crise econômica e de saúde pública provocada pelo novo coronavírus, o principal índice da bolsa voltou a ser negociado em 80.000 pontos.

Mas em que exatamente os brasileiros têm investido? Levantamento da fintech Real Valor – plataforma que reúne a performance de todas as ações, títulos de renda fixa e fundos que o investidor tenha nas mais diversas corretoras e hoje conta com 60.000 usuários – mostra que a preferência é por ações, seguidas por fundos imobiliários. Os papéis que receberam mais investimentos em abril foram: Itaúsa, Petrobras, Itaú, Magazine Luiza e Via Varejo.

“A partir de 22 de fevereiro, a nossa base passou a comprar muitas ações”, afirma Eduardo Belotti, cofundador e presidente da Real Valor. “Não são investidores tão iniciantes, pois já estão na renda variável. A escolha deles parece ser por empresas bastante sólidas que estão muito descontadas. Ou seja, é uma compra de oportunidade.”

Já entre as cotas de fundos imobiliários mais adquiridas estão Kinea Renda Imobiliária, Vinci Shopping Centers, BTG Pactual Fundo de Fundos, Maxi Renda e XP Malls.

Em tempos turbulentos como o atual, a Real Valor lançou uma funcionalidade nova e gratuita: o Coronatime. Com ele, os clientes da plataforma podem comparar o desempenho de suas carteiras com as bolsas de todo o mundo. “É como se o investidor tivesse acesso ao boletim da turma inteira pela primeira vez – e não apenas ao seu. A ideia é servir como balizador”, diz Belotti.

Fundos têm maior resgate líquido da história

Outro recorde foi batido em abril: o volume de resgate líquido dos fundos alcançou 91,1 bilhões de reais, o maior já registrado na série histórica da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), que começou em 2002. O número é resultado do aporte de 592 bilhões de reais no mês, enquanto os saques ficaram em 683 bilhões de reais.

Os fundos de renda fixa foram os mais impactados com resgate líquido de 58,6 bilhões de reais, representando 64% de toda saída no mês. Os multimercados também perderam recursos com saída líquida de 13,4 bilhões de reais, assim como os de ações que tiveram resgate líquido de 637,9 milhões de reais. “Os resgates nos fundos de ações apareceram apenas em abril, pois a maioria deles tem prazo de liquidação de 30 ou 60 dias. Apenas em maio, teremos uma visão mais ampla do impacto da pandemia sobre esse segmento”, explica Carlos André, vice-presidente da Anbima, em nota.

Com o cenário menos volátil em abril, quase todos os tipos de fundos de renda fixa, ações e multimercados tiveram resultados positivos. Em ações, o tipo livre chamou atenção com alta de 12%. Com relação aos fundos multimercados livre, a variação foi de R$ 2,09%. Na classe renda fixa, com resultados mais tímidos, o tipo duração baixa grau de investimento teve rentabilidade de 0,09%.

 

Fonte: Exame