O setor de serviços iniciou o segundo trimestre com crescendo pela primeira vez no ano e acima do esperado, impulsionado principalmente pelos transportes e atividades profissionais, alento que tende a perder força devido à greve dos caminhoneiros em maio e que impactou negativamente a economia.
Em abril, o volume de serviços avançou 1 por cento na comparação com março, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira.
O resultado ficou acima da expectativa em pesquisa da Reuters com analistas, de alta de 0,7 por cento, após queda de 1,8 por cento em janeiro, estabilidade em fevereiro e recuo de 0,2 por cento em março.
Na comparação com o mesmo período do ano anterior, houve alta de 2,2 por cento em abril, em linha com a expectativa de avanço 2,1 por cento.
“O setor de transportes tem mostrado crescimento nos últimos meses e vai ser impactado em maio (pela greve dos caminhoneiros). Se esse impacto for mais forte, o crescimento desse mês pode ser anulado”, afirmou gerente de pesquisa do IBGE, Rodrigo Lobo, acrescentando que transporte reponde por 30 por cento do setor de serviços, o segundo mais pesado, atrás apenas de comunicação.
Em abril, quatro das cinco atividades pesquisadas mostraram crescimento. Os destaques ficaram para a alta de 1,2 por cento em transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio, impulsionada principalmente pelo transporte aéreo, e para o avanço de 1,7 por cento em serviços profissionais, administrativos e complementares.
Por 11 dias em maio, os caminhoneiros fizeram uma greve contra os elevados preços do diesel, causando desabastecimento em todo o país.
Somente serviços de informação e comunicação apresentou retração no mês, de 1,1 por cento. Já as atividades turísticas mostraram aumento de 3,3 por cento em abril.
O setor de serviços foi um dos mais afetados pela recessão enfrentada pelo país e vem mostrando dificuldades de recuperação mesmo com a inflação e os juros baixos. No primeiro trimestre, o crescimento dos serviços foi de apenas 0,1 por cento sobre os três meses anteriores, segundo dados do Produto Interno Bruto, limitado pelo desemprego ainda elevado.
O cenário no Brasil é de confiança abalada, em um ano de eleição para presidente marcada por incertezas, economia instável, desemprego elevado e, mais recentemente, a greve de caminhoneiros que trouxe desabastecimento de forma generalizada.
As projeções para o crescimento da economia deste ano vêm sendo reduzidas por analistas e a pesquisa Focus realizada semanalmente pelo Banco Central aponta agora expectativa de 1,94 por cento de expansão do Produto Interno Bruto (PIB).
Fonte: Exame