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Investidores voltam do feriado de olho no choque do petróleo

Quarta, 22 Abril 2020

Após o feriado de terça-feira, a bolsa brasileira deve ter um dia intenso hoje, refletindo sobretudo os preços do petróleo no mercado internacional. Uma queda no preço do petróleo fez o índice americano S&P 500 cair 3% na terça-feira — com o índice de ADRs de empresas brasileiras negociadas em Nova York em queda de 3,3%. Na segunda, vale lembrar, o Ibovespa havia caído 0,02%, para 78.902 pontos.

Os contratos futuros de petróleo WTI despencaram 300% na segunda-feira, para o inédito valor de -37,63 dólares por barril. Ontem, os contratos de maio fecharam o dia em 10,01 dólares. O petróleo Brent, por sua vez, começa esta quarta-feira no menor preço em duas décadas, negociado a 17,8 dólares, uma queda de 8% em relação ao valor de ontem.

As quedas bruscas no preço do petróleo estão relacionadas a um confluência de fatores, que passa pela queda de braço entre Rússia e Arábia Saudita para ofertar petróleo barato e tirar o poder de fogo da indústria americana. Mas o principal fator são as crescentes revisões para baixo no consumo em virtude da crise econômica gerada pelo coronavírus.

Falta espaço para estocar o petróleo a um ponto em que o custo de estocagem e entrega pode superar o valor do produto — daí o valor negativo dos contratos futuros. A situação limite acontece porque cortar a produção de campos em operação é um processo que pode danificar a capacidade de extração futura. A situação levou a uma série de memes nos grupos de investidores, mostrando pessoas mais pobres depois de achar um poço de petróleo no quintal de caso.

A queda brusca da terça-feira nas bolsas internacionais deve fazer com que as negociações abram em alta hoje nos EUA. Os índices futuros Dow e S&P 500 estavam em alta de mais de 200 pontos às 7h de Brasília. O índice asiático MSCI subiu 0,4%, e na Europa os índices FTSE 100 e DAX estavam em alta na casa do 1,5% às 7h de Brasília. Ajudam na alta um novo pacote de estímulos de 480 bilhões de dólares aprovado no Senado americano, ontem. A disputa entre a crise e os estímulos seguirá dando o tom das negociações nas próximas semanas.

 

Fonte: Exame