O investidor pessoa física já colocou o pé no freio nas aplicações em bolsa. Nos primeiros oito dias de abril, dado mais atualizado fornecido pela B3, as compras líquidas (total investido menos as vendas) não chegam a acumular 700 milhões de reais. Em março, o saldo líquido mensal foi de 17,6 bilhões de reais aplicados só pela pessoa física, ou seja, na média, esses investidores deixavam por dia um saldo positivo 800 milhões de reais na bolsa.
O ímpeto caiu na semana da Páscoa. Nos três primeiros dias do mês, quando o EXAME IN conferiu a tabela, o saldo positivo de abril passava de 2 bilhões de reais. Tudo indica, portanto, que o fluxo ficou negativo na semana passada.
O maior comprador até agora é o investidor institucional nacional, com 800 milhões de reais de diferença positiva entre as saídas e as entradas. O estrangeiro reduziu a intensidade das vendas, mas segue em retirada. Depois de tirar mais de 24 bilhões de reais só no mês passado, o saque acumulado em abril ainda não chegou a 2 bilhões de reais. Assim, no ano, já se foram 66 bilhões de reais.
A alta do mercado nesse começo de mês ajuda a entender a redução do interesse da pessoa física, pois a sensação de liquidação, de que as empresas estão a preços de banana, diminuiu. Também aumentou a percepção de que muitos negócios enfrentarão dificuldades e que a economia vai passar por um período de retração – já é fato, o que ninguém sabe é nem quão forte será nem quanto tempo durará.
Em março, o valor de mercado somado das companhias listadas na bolsa brasileira caiu de 4,36 trilhões de reais para 3,15 trilhões de reais. Nos primeiros nove dias desse mês, quase 200 bilhões foram recuperados.
Fonte: Exame