A magnitude da crise do novo coronavírus no Brasil exigiu uma série de respostas do governo federal para evitar um colapso desenfreado no país. Ao longo do último mês, a equipe do Ministério da Economia vem anunciando quase diariamente novas medidas de socorro a áreas de saúde, manutenção do trabalho, sustentabilidade de empresas e garantias sociais.
Segundo o ministro Paulo Guedes, os programas para combate à doença já somam mais de 700 bilhões de reais. Num primeiro momento, o valor pode parecer irreal. Mas não é. A EXAME analisou as principais medidas anunciadas até agora.
Pouco mais da metade do total anunciado é de receitas que o governo iria receber, mas adiou a arrecadação, e de linhas de crédito disponibilizadas. Esse é um dinheiro que voltará para os cofres da União, possivelmente com pagamento de juros.
De dinheiro novo de fato, os valores chegam a 181 bilhões de reais. As maiores despesas serão os 98 bilhões de reais para bancar o auxílio emergencial aos trabalhadores e mais 51 bilhões de reais para subsidiar as empresas que reduzirem salários ou jornadas, autorizadas na MP trabalhista.
Para conseguir arcar com essas duas responsabilidades, o governo contou com o fato de o país estar em situação de calamidade pública, quando não há restrições para o teto de gastos, e solicitou ao Congresso a abertura de créditos extraordinários.
Esse recurso aumentará a dívida pública da União, cuja expectativa de déficit fiscal anterior ao coronavírus era de 124 bilhões. As projeções oficiais para 2020 já chegam a um rombo no setor público de 500 bilhões de reais.
Há, ainda, uma série de outras medidas anunciadas, que somam a categoria “outras”: esses são os valores realocados, que o governo não vai arrecadar e os benefícios sociais.
Fonte: Exame