Depois de abrir em queda de 0,20%, o Ibovespa inverteu o movimento e passou a subir 0,20%, nesta segunda-feira, para 77.840 pontos. Não durou muito. O pessimismo com a temporada de balanços do primeiro trimestre nos Estados Unidos, que devem mostrar os impactos econômicos das medidas de distanciamento social para as empresas, e com o acordo histórico da Opep+ de reduzir a produção do petróleo abaixo do esperado pelo mercado fez com que o principal índice da bolsa brasileira voltasse a cair 0,51% para 77.288 pontos às 10h28 desta segunda-feira. Na semana passada, o Ibovespa teve alta de 11,7%.
O petróleo do tipo WTI registra leve alta de 0,44%, sendo cotado a 22,79 dólares, devido aos cortes insuficientes na produção anunciados na última sexta-feira de 10 milhões de barris por dia. O mercado esperava 35 milhões, de acordo com relatório da corretora Necton. O Brent também opera com leve alta de 0,16%, negociado a 31,54 dólares.
As bolsas asiáticas fecharam em baixa, com destaque para Nikkei, que caiu 2,33%, já a bolsa de Shanghai fechou com queda de 0,49%.
Já no cenário doméstico, o dia é importante porque o plenário da Câmara deverá apreciar o projeto de lei 149/19 que muda várias regras para ingresso e manutenção dos estados no Regime de Recuperação Fiscal. Conhecido como Plano Mansueto, o projeto previa que estados sem nota de crédito para obter empréstimos poderiam contar com garantias da União desde que adotassem pelos menos quatro do total de oito contrapartidas, entre elas, proibição de aumentos do funcionalismo e não realização de concursos, entre outros. Ao longo da última semana, várias propostas e ajustes circularam. A sessão está marcada para as 14h.
Ainda na esfera local, o relatório do Banco Mundial prevê uma retração de 5% para a economia brasileira em 2020. Para os dois anos seguintes, a entidade projeta uma taxa de crescimento de 1,5% e 2,3%. O banco aponta a queda repentina no preço do petróleo e a epidemia do coronavírus como os principais culpados. Já a projeção oficial do Ministério da Economia, divulgada no dia 20 de março, projetou o produto interno bruto brasileiro em 0,02%. Segundo o relatório do Banco Mundial publicado no domingo, as principais economias da América Latina devem sofrer retrações similares: Argentina (-5,2%), Chile (-4,8%) e México (-6%).
Fonte: Exame