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No auge da crise, pequeno investidor pôs 15 bi de reais na B3 em março

Quarta, 01 Abril 2020

Para quem achava que a pessoa física estava (só) assustada e em pânico com o pior mês no mercado de ações em décadas, uma planilha curtinha de oito linhas e cinco colunas no site da B3 pode mudar essa percepção.

O investidor individual fez um investimento líquido no mercado de ações, no intervalo de 2 a 26 de março, auge do estresse, de 15 bilhões de reais. O “pequeno” aplicador foi responsável por 7,17% das vendas nesse intervalo, mas por 8,27% das compras.

Foi, disparado, o maior comprador líquido do período.

O saldo é mais que o dobro da captação líquida de fundos de ações nesse intervalo e que já deixou o mercado de queixo caído por ter sido positiva. Os dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) apontam que, até o mesmo dia 26, as carteiras de ações atraíram 7 bilhões de reais em novos aportes, enquanto as carteiras de renda fixa tiveram saída de 23 bilhões de reais.

Pelo relatório da B3, os institucionais nacionais assumiram 15,81% das vendas e 16,06% das compras, o que dá um saldo positivo de 3,5 bilhões. Número que impressiona por estar no azul, mas que é tímido perto da disposição dos investidores individuais com suas aplicações diretas.

Parece que a pessoa física está mais animada com as “oportunidades” do que com medo. Cerca de 1,2 milhão de brasileiros, vale lembrar, passou a investir na bolsa nos últimos quatro anos, e tem agora seu batismo de fogo. Mas não é possível saber por quanto tempo essa disposição vai predominar.

O estrangeiro, que já vinha batendo em retirada antes de a pandemia da covid-19 chacoalhar o mercado brasileiro, foi o grande vendedor líquido da bolsa. Tirou mais 21 bilhões de reais do país, de 2 a 26 de março. O estrangeiro já tinha retirado quase 45 bilhões da B3 no começo do ano, até 6 de março – mais do que todo ano de 2019.

 

Fonte: Exame