A agência de classificação de risco Moody’s anunciou nesta terça-feira um corte na nota de crédito atribuída à Azul e colocou o da Gol em revisão para redução, ilustrando o forte impacto provocado nas companhias aéreas como efeito da pandemia de coronavírus.
“A medida foi motivada pelo declínio acentuado no tráfego de passageiros desde o início do surto de coronavírus em janeiro de 2020, o que resultará em um fluxo de caixa livre negativo significativo em 2020, um perfil de liquidez enfraquecido e uma alavancagem significativamente maior”, afirmou a Moody’s, ao explicar o corte da nota da Azul em um degrau, de Ba3 para B1.
No entanto, a Moody’s colocou o rating da companhia em revisão para nova redução.
No caso da Gol, a Moody’s por ora apenas colocou o rating B1 em revisão para possível corte.
Em ambos os casos, a Moody’s afirmou que o perfil e as métricas financeiras em um ambiente pós-crise estão sujeitos a alta incerteza, mas esperar que elas possam ganhar participação e recuperar suas métricas financeiras ao longo do tempo, dependendo da gravidade da crise.
Na escala da Moody’s, o rating B1 fica três degraus acima do nível considerado especulativo.
A decisão da agência vem um dia após a Azul ter anunciado redução de 20% a 25% da capacidade em março e de 35% a 50% a partir de abril, enquanto a Gol anunciou um corte de até 70% da capacidade até junho e suspendeu voos internacionais a partir da próxima semana.
Em meio à crise deflagrada mundialmente no setor, com queda abrupta da demanda, além do efeito doméstico da escalada do dólar frente ao real, a ação da Gol já caiu 79% neste ano, enquanto a da Azul desabou 74% no período.
Fonte: Exame